A PERFEIÇÃO VEM COM A PRÁTICA

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domingo, 28 de março de 2010

NÃO EXISTE INFLUÊNCIA DOS ASTROS II

Não Existe a Influência dos Astros - Parte II
por Milton Maciel


Essa idéia de dupla causalidade - Saturno causa um efeito negativo sobre o Sol e, portanto, causa um efeito negativo sobre você, por toda a sua vida - tem contribuído para manter a Astrologia sob o foco crítico dos cientistas, uma vez que é insustentável. Contudo, apesar de não se poder comprovar uma relação de causalidade física, também não se pode provar que não existe algum tipo de CORRELAÇÃO entre a quadratura Sol/Saturno e possíveis traços de temperamento como os citados pelo astrólogo tradicionalista - inclusive a indicação de que vale a pena pesquisar um complexo de pai.
O Princípio da Sincronicidade
É exatamente aí que está a mudança de rumo que a Astrologia moderna precisou fazer: abandonar a idéia de causalidade física e investir na idéia de sincronicidade, isto é, de relação com o TEMPO. Um astrólogo mais moderno, ao se referir àquela quadratura Sol/Saturno no mapa natal, a tomará apenas como indicadora simbólica de um possível complexo de pai a ser pesquisado na anamnese com o cliente, de um provável predomínio excessivo da função psicológica Superego (Saturno) sobre a função Ego (Sol) - com todo um potencial para diversos tipos de respostas, conscientes umas, inconscientes outras, que o cliente produz ante o estímulo inibidor internalizado na infância.
Quem primeiro formulou, de forma absolutamente clara, como se processa essa relação do mapa astrológico com os potenciais psicológicos de uma pessoa, foi o psicanalista suíço Carl Gustav Jung. Partiu dele o estímulo para que os astrólogos deixassem de buscar uma relação de causalidade física de influência dos astros, para buscar uma relação da estrutura espacial com o Tempo, apenas. A partir disso, grandes reformuladores da Astrologia contemporânea, como o francês Dane Rudhyar, passaram a desenvolver uma nova visão psicológica da Astrologia.
Essa nova visão permitiu que a Astrologia escapasse do determinismo rígido do passado, pelo qual se acreditava que os planetas seriam transmissores de misteriosos raios ou de vibrações eletromagnéticas - as quais ficariam para sempre indelevelmente marcadas no indivíduo, no exato instante do seu nascimento. Marcando-lhe assim, de forma irrecorrível, as características e o ‘destino. Dos anos 60 para cá, sob o impacto das Psicologia Junguiana e da Psicologia Humanística, os astrólogos passaram a ver no mapa natal a indicação de um grande projeto de vida, de uma obra em aberto, a realizar, com possibilidades de evolução, crescimento interno, transformação e até transmutação. Fim para o maktub! Sua vida não está escrita nas estrelas.
Foi observando a correlação entre fenômenos psicológicos e dados astrológicos que Jung concebeu sua Teoria da Sincronicidade. Ele definiu sincronicidade como "a ocorrência SIMULTÂNEA de um certo estado psíquico com um ou mais eventos externos, que aparecem como paralelos significativos do estado subjetivo do momento". A chave está nas palavras simultânea, momento - ambas introduzindo o conceito de Tempo. Simultâneo que dizer ‘ao mesmo tempo - em grego, syn (mesmo) kronos (tempo). Daí as palavras síncrono, sincrônico ou sincronístico, que são sinônimas. Jung escolheu formar a palavra sincronicidade para realçar a simultaneidade de acontecimentos exteriores e estados psicológicos interiores. Em termos de mapas astrológicos, pode-se enunciar o princípio junguiano de uma forma bastante simples:

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