A PERFEIÇÃO VEM COM A PRÁTICA

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO

"O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de pára-quedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... Casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas

– e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... Tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.

Pra quê televisão? Pra quê rua? Pra quê droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... Era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... Até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas.. Pra quê abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos, do leite...

Que saudade do compadre e da comadre!

domingo, 23 de maio de 2010

A MORTE EM NOSSA VIDA

Todo mundo sabe que a única coisa verdadeiramente certa na vida é que vamos morrer. Então por que temos imensa dificuldade em lidar com esse tema tão humano? A morte em nossa vida
por Eugenio Mussak
– Você está com medo? – perguntou a jovem Caroline a sua mãe, que se encontrava no leito de morte.

– Não, estou curiosa – respondeu Daisy Fuller, que então sorriu e, como que para fazer as pazes com a vida, começou a contar à filha um segredo do passado: sua relação com um tal Benjamin Button, homem que nasceu velho e foi rejuvenescendo até morrer como um bebê. O relato era um desabafo e Caroline termina por descobrir que o fantástico homem era seu próprio pai.

A passagem acima foi retirada de um conto do escritor americano F. Scott Fitzgerald, que foi publicado em 1921 e em 2008 virou o filme O Curioso Caso de Benjamin Button, dirigido por David Fincher e interpretado por Brad Pitt e Cate Blanchett. Conta a história de um homem que tem uma trajetória de vida oposta à natureza humana: ao invés de envelhecer, ele rejuvenesce. Quando escreveu o bizarro conto, Fitzgerald estava subvertendo a maior das angústias humanas: a percepção do envelhecimento e a certeza de seu epílogo, a morte.

Se púdessemos escolher, preferiríamos ver nosso corpo melhorar com o tempo, não deteriorar-se ine- Foto: Daniel Aratangy; ilustração: Buia xoravelmente como um prenúncio do fim. Como não temos esse poder, só nos resta a imaginação, com a ajuda da literatura e do cinema.

Mas Benjamin Button não é Connor MacLeod, o Highlander, o imortal guerreiro escocês nascido no século 16. Benjamin vive o tempo de uma vida, e mostra que ainda que tentemos – e até certo ponto consigamos – segurar o tempo, não teremos como vencer a morte. A anciã Daisy conhece essa verdade e lida com ela com a sabedoria de quem viveu intensamente. Por isso não teme, apenas está curiosa.

Este é um tema campeão na literatura universal, empatando, talvez, com o amor. E ambos estão, comumente, ligados, como em um Romeu e Julieta em distintas versões. É possível que amemos tanto a vida porque temamos tanto a morte. Mas devemos então evitar a vida para ter a ilusão de não morrer, como alguém que não quer um cãozinho porque sabe que vai sofrer quando ele morrer? Não, pois o mistério da morte não é maior que o mistério da vida, uma categoria pertence à outra. Perceba que viver pressupõe morrer, e morrer significa ter vivido. São indissociáveis. Estamos diante de um mistério único que, por escapar à nossa compreensão e ao nosso controle, nos angustia e infelicita.

Certo esteve Epicuro ao dizer que não temia a morte pelo simples fato de que jamais a encontraria, pois enquanto ele estivesse vivo a morte não estaria presente, e quando ela aqui estivesse ele não estaria mais. O argumento do filósofo tem uma lógica perfeita. O problema é que nós não encaramos a morte com a lógica e sim com a emoção.

Como seres pensantes que somos, tentamos racionalizar repetindo aquelas verdades que no fim não consolam, como “Para morrer basta estar vivo” ou “Começamos a morrer quando nascemos”. São frases epicuristas, todas encerram uma verdade, só que, quando o assunto é a morte, preferiríamos a mentira, a ilusão da imortalidade, o engano de que só existe vida.

“Eu não quero ser imortal por minha obra. Quero ser imortal não morrendo”, desabafou Woody Allen, em um de seus momentos geniais. Lamento, Woody, mas não será possível. O que nos resta é viver como se não fossemos morrer, pensando e glorificando o milagre da vida, senão morreremos antes de morrer, como explicou Freud em seu O Mal-estar na Civilização, onde coloca a perspectiva da morte como uma das principais causas da infelicidade humana. Morrer antes de morrer significa não viver apesar de estar vivo.

A lógica de Epicuro, a ciência de Freud e o humor de Woody Allen estão todos certos, errados estamos nós que sofremos pelo que não controlamos porque nos acostumamos a pensar que somos deuses, que a razão nos dá o controle, que a vontade é infinita. De repente descobrimos nossas limitações e nos desesperamos. Eu e você morreremos, sim, e isso está certo. O errado é morrer antes de morrer, é não encarar a vida com humor e gratidão, é perder a oportunidade de deixar este mundo melhor com a própria presença.

Expirando em seu leito, o imperador Augusto, por exemplo, pediu um espelho para ajeitar as madeixas e disse aos que o amparavam: “Se vocês gostaram da encenação, aplaudam, para que eu possa sair de cena feliz”. Certo o romano. Morrer é sair de cena, e só nos resta aceitar que a peça terá um fim e que devemos interpretar nosso papel como virtuoses deste teatro fantástico.

O segredo para não sofrer com a morte não seria acreditar que ela é apenas uma fase da vida eterna?
O segredo para mitigar o sofrimento está, sim, em acreditar em algo, pois o que nos mortifica é a dúvida. O homem é feito de razão, emoção e crença, e esta última é construída a partir da matéria que compõe as duas primeiras. Crenças são criadas a partir de valores e desejos, existem para tornar nossa vida melhor e só podem ser questionadas por quem as possui. Epicuro, por exemplo, antecipou a teoria atômica dizendo que tudo é formado por minúsculas partículas em movimento, e acreditava que isso valia para nosso corpo e também para nossa alma. Dizia que o homem e sua alma nada mais são que matéria em movimento, e que quando esse movimento fosse interrompido não restaria mais nada, seria nosso fim. Essa era sua crença, o que lhe deu tranquilidade até para brincar com esse destino.

Já para os budistas, a morte é uma ilusão, pois nada morre de verdade, muito menos a alma, nossa verdadeira essência. O que importa é alcançar o nirvana, o paraíso. Este seria um estado psicológico elevado, amoroso e sem ansiedade, o que só pode ser alcançado com desapego e meditação. Em outras palavras, para alcançar o nirvana do céu e virar eterno, o homem precisa construir seu próprio nirvana na terra, a partir de suas atitudes.

Aparentemente opostos, os pensamentos epicurista e budista têm algo em comum. Ambos creditam à vida como a conhecemos todo o mérito. Para o epicurismo esta é a única vida, portanto merece ser vivida plenamente; para o budismo o nirvana final, espiritual, só será alcançado através do nirvana terrestre, psicológico. Ambas as teorias propõem que se dê valor à vida, procurando fazer o bem e transformando- a em algo que valha a pena.

Já que não podemos fingir que a morte não existe, só nos resta criar a crença mais confortável. A morte é um mistério, mas a vida também é. Só que temos a ilusão de entender a vida porque ela pode ser percebida pelos órgãos dos sentidos. Medimos, pesamos, tocamos a vida. A morte não, ela é metafísica, está além de qualquer interpretação lógica. Sabemos o que é o fim da vida, mas não sabemos o que é a morte.

Como não sabemos, só nos resta acreditar. E crença é imaginação, não certeza, mas seu poder é irrefutável, pois é capaz de usar os pensamentos para acalmar os sentimentos. No fim é isto que importa, pensar e sentir para poder viver. Há apenas dois modos de abordar a morte enquanto existe vida: ignorá-la ou pensá-la. A primeira de nada adianta, enquanto a segunda ao menos traz mais cartas para o jogo da vida, criando novas perspectivas.

A morte também está presente nos fatos do cotidiano, nas separações, nos fins de ciclo. Não deveríamos estar mais acostumados a ela?
No fundo, o que assusta na morte são três fatores: o desconhecido, que é sempre amedrontador; a resistência a abandonar a vida, o que é próprio dos instintos; e, digamos, a passagem, que pode estar carregada de sofrimento. Como diz um amigo meu, com seu humor peculiar: “Acredito que a vida e a morte sejam, ambas, boas. O problema é a transição”.

Estamos, sim, acostumados com a ideia da morte. Nós provavelmente nunca nos acostumaremos é com a presença da morte em nossas vidas. Aceitamos a morte, pois somos racionais, mas reagimos fortemente a ela em duas circunstâncias: quando é prematura ou quando é próxima.

Não gostamos de saber que gente jovem morre, não parece natural. Há um quê de injustiça nos soldados que não voltam da guerra, nos rapazes e moças que se misturam às ferragens de seus carros nas noites de fim de semana, nas crianças com leucemia nos hospitais ou com fome nos países miseráveis. Ninguém deveria morrer sem ter tido a chance de viver bastante, pensamos.

Como também não gostamos da morte por perto, ceifando alguns dos nossos, levando nossos avós, convocando nossos pais. É quando a morte é má de verdade, porque nos priva de nossos entes queridos e porque se faz lembrar, se mostra com força e faz questão de deixar claro que vai voltar, é apenas uma questão de tempo.

Pelo menos a maioria de nós tem motivos para se alegrar por ter vivido. Seja qual for o mistério, a aventura de viver é muito boa, apesar dos percalços, claro. Não é possível não conhecer o sofrimento, pertence à nossa condição de viventes. E entre eles, às vezes camuflada pelo cotidiano, está a morte, espreitando.

A fé, a psicologia, a filosofia, a literatura, o misticismo, todos são pródigos em abordar o tema da morte, mas nunca um desses construtores do pensamento humano teve coragem para negar dois fatos: que todos teremos de lidar com a morte, nossa e de outros – e que nós sofreremos inevitavelmente com isso.

Provavelmente não seria inteligente não morrer, a vida eterna seria muito cansativa. Mas, com certeza, não é inteligente morrer antes de morrer. Por isso, um texto sobre a morte é inócuo, a não ser que seja uma conclamação à vida. Viver de verdade é a única garantia de que, quando chegar a hora, tenhamos mais curiosidade que medo, como aconteceu com Daisy Fuller.

"Pensando bem"Edições Anteriores – Você está com medo? – perguntou a jovem Caroline a sua mãe, que se encontrava no leito de morte.

– Não, estou curiosa – respondeu Daisy Fuller, que então sorriu e, como que para fazer as pazes com a vida, começou a contar à filha um segredo do passado: sua relação com um tal Benjamin Button, homem que nasceu velho e foi rejuvenescendo até morrer como um bebê. O relato era um desabafo e Caroline termina por descobrir que o fantástico homem era seu próprio pai.

A passagem acima foi retirada de um conto do escritor americano F. Scott Fitzgerald, que foi publicado em 1921 e em 2008 virou o filme O Curioso Caso de Benjamin Button, dirigido por David Fincher e interpretado por Brad Pitt e Cate Blanchett. Conta a história de um homem que tem uma trajetória de vida oposta à natureza humana: ao invés de envelhecer, ele rejuvenesce. Quando escreveu o bizarro conto, Fitzgerald estava subvertendo a maior das angústias humanas: a percepção do envelhecimento e a certeza de seu epílogo, a morte.

Se púdessemos escolher, preferiríamos ver nosso corpo melhorar com o tempo, não deteriorar-se ine- Foto: Daniel Aratangy; ilustração: Buia xoravelmente como um prenúncio do fim. Como não temos esse poder, só nos resta a imaginação, com a ajuda da literatura e do cinema.

Mas Benjamin Button não é Connor MacLeod, o Highlander, o imortal guerreiro escocês nascido no século 16. Benjamin vive o tempo de uma vida, e mostra que ainda que tentemos – e até certo ponto consigamos – segurar o tempo, não teremos como vencer a morte. A anciã Daisy conhece essa verdade e lida com ela com a sabedoria de quem viveu intensamente. Por isso não teme, apenas está curiosa.

Este é um tema campeão na literatura universal, empatando, talvez, com o amor. E ambos estão, comumente, ligados, como em um Romeu e Julieta em distintas versões. É possível que amemos tanto a vida porque temamos tanto a morte. Mas devemos então evitar a vida para ter a ilusão de não morrer, como alguém que não quer um cãozinho porque sabe que vai sofrer quando ele morrer? Não, pois o mistério da morte não é maior que o mistério da vida, uma categoria pertence à outra. Perceba que viver pressupõe morrer, e morrer significa ter vivido. São indissociáveis. Estamos diante de um mistério único que, por escapar à nossa compreensão e ao nosso controle, nos angustia e infelicita.

Certo esteve Epicuro ao dizer que não temia a morte pelo simples fato de que jamais a encontraria, pois enquanto ele estivesse vivo a morte não estaria presente, e quando ela aqui estivesse ele não estaria mais. O argumento do filósofo tem uma lógica perfeita. O problema é que nós não encaramos a morte com a lógica e sim com a emoção.

Como seres pensantes que somos, tentamos racionalizar repetindo aquelas verdades que no fim não consolam, como “Para morrer basta estar vivo” ou “Começamos a morrer quando nascemos”. São frases epicuristas, todas encerram uma verdade, só que, quando o assunto é a morte, preferiríamos a mentira, a ilusão da imortalidade, o engano de que só existe vida.

“Eu não quero ser imortal por minha obra. Quero ser imortal não morrendo”, desabafou Woody Allen, em um de seus momentos geniais. Lamento, Woody, mas não será possível. O que nos resta é viver como se não fossemos morrer, pensando e glorificando o milagre da vida, senão morreremos antes de morrer, como explicou Freud em seu O Mal-estar na Civilização, onde coloca a perspectiva da morte como uma das principais causas da infelicidade humana. Morrer antes de morrer significa não viver apesar de estar vivo.

A lógica de Epicuro, a ciência de Freud e o humor de Woody Allen estão todos certos, errados estamos nós que sofremos pelo que não controlamos porque nos acostumamos a pensar que somos deuses, que a razão nos dá o controle, que a vontade é infinita. De repente descobrimos nossas limitações e nos desesperamos. Eu e você morreremos, sim, e isso está certo. O errado é morrer antes de morrer, é não encarar a vida com humor e gratidão, é perder a oportunidade de deixar este mundo melhor com a própria presença.

Expirando em seu leito, o imperador Augusto, por exemplo, pediu um espelho para ajeitar as madeixas e disse aos que o amparavam: “Se vocês gostaram da encenação, aplaudam, para que eu possa sair de cena feliz”. Certo o romano. Morrer é sair de cena, e só nos resta aceitar que a peça terá um fim e que devemos interpretar nosso papel como virtuoses deste teatro fantástico.

O segredo para não sofrer com a morte não seria acreditar que ela é apenas uma fase da vida eterna?
O segredo para mitigar o sofrimento está, sim, em acreditar em algo, pois o que nos mortifica é a dúvida. O homem é feito de razão, emoção e crença, e esta última é construída a partir da matéria que compõe as duas primeiras. Crenças são criadas a partir de valores e desejos, existem para tornar nossa vida melhor e só podem ser questionadas por quem as possui. Epicuro, por exemplo, antecipou a teoria atômica dizendo que tudo é formado por minúsculas partículas em movimento, e acreditava que isso valia para nosso corpo e também para nossa alma. Dizia que o homem e sua alma nada mais são que matéria em movimento, e que quando esse movimento fosse interrompido não restaria mais nada, seria nosso fim. Essa era sua crença, o que lhe deu tranquilidade até para brincar com esse destino.

Já para os budistas, a morte é uma ilusão, pois nada morre de verdade, muito menos a alma, nossa verdadeira essência. O que importa é alcançar o nirvana, o paraíso. Este seria um estado psicológico elevado, amoroso e sem ansiedade, o que só pode ser alcançado com desapego e meditação. Em outras palavras, para alcançar o nirvana do céu e virar eterno, o homem precisa construir seu próprio nirvana na terra, a partir de suas atitudes.

Aparentemente opostos, os pensamentos epicurista e budista têm algo em comum. Ambos creditam à vida como a conhecemos todo o mérito. Para o epicurismo esta é a única vida, portanto merece ser vivida plenamente; para o budismo o nirvana final, espiritual, só será alcançado através do nirvana terrestre, psicológico. Ambas as teorias propõem que se dê valor à vida, procurando fazer o bem e transformando- a em algo que valha a pena.

Já que não podemos fingir que a morte não existe, só nos resta criar a crença mais confortável. A morte é um mistério, mas a vida também é. Só que temos a ilusão de entender a vida porque ela pode ser percebida pelos órgãos dos sentidos. Medimos, pesamos, tocamos a vida. A morte não, ela é metafísica, está além de qualquer interpretação lógica. Sabemos o que é o fim da vida, mas não sabemos o que é a morte.

Como não sabemos, só nos resta acreditar. E crença é imaginação, não certeza, mas seu poder é irrefutável, pois é capaz de usar os pensamentos para acalmar os sentimentos. No fim é isto que importa, pensar e sentir para poder viver. Há apenas dois modos de abordar a morte enquanto existe vida: ignorá-la ou pensá-la. A primeira de nada adianta, enquanto a segunda ao menos traz mais cartas para o jogo da vida, criando novas perspectivas.

A morte também está presente nos fatos do cotidiano, nas separações, nos fins de ciclo. Não deveríamos estar mais acostumados a ela?
No fundo, o que assusta na morte são três fatores: o desconhecido, que é sempre amedrontador; a resistência a abandonar a vida, o que é próprio dos instintos; e, digamos, a passagem, que pode estar carregada de sofrimento. Como diz um amigo meu, com seu humor peculiar: “Acredito que a vida e a morte sejam, ambas, boas. O problema é a transição”.

Estamos, sim, acostumados com a ideia da morte. Nós provavelmente nunca nos acostumaremos é com a presença da morte em nossas vidas. Aceitamos a morte, pois somos racionais, mas reagimos fortemente a ela em duas circunstâncias: quando é prematura ou quando é próxima.

Não gostamos de saber que gente jovem morre, não parece natural. Há um quê de injustiça nos soldados que não voltam da guerra, nos rapazes e moças que se misturam às ferragens de seus carros nas noites de fim de semana, nas crianças com leucemia nos hospitais ou com fome nos países miseráveis. Ninguém deveria morrer sem ter tido a chance de viver bastante, pensamos.

Como também não gostamos da morte por perto, ceifando alguns dos nossos, levando nossos avós, convocando nossos pais. É quando a morte é má de verdade, porque nos priva de nossos entes queridos e porque se faz lembrar, se mostra com força e faz questão de deixar claro que vai voltar, é apenas uma questão de tempo.

Pelo menos a maioria de nós tem motivos para se alegrar por ter vivido. Seja qual for o mistério, a aventura de viver é muito boa, apesar dos percalços, claro. Não é possível não conhecer o sofrimento, pertence à nossa condição de viventes. E entre eles, às vezes camuflada pelo cotidiano, está a morte, espreitando.

A fé, a psicologia, a filosofia, a literatura, o misticismo, todos são pródigos em abordar o tema da morte, mas nunca um desses construtores do pensamento humano teve coragem para negar dois fatos: que todos teremos de lidar com a morte, nossa e de outros – e que nós sofreremos inevitavelmente com isso.

Provavelmente não seria inteligente não morrer, a vida eterna seria muito cansativa. Mas, com certeza, não é inteligente morrer antes de morrer. Por isso, um texto sobre a morte é inócuo, a não ser que seja uma conclamação à vida. Viver de verdade é a única garantia de que, quando chegar a hora, tenhamos mais curiosidade que medo, como aconteceu com Daisy Fuller.

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FIM DE PAPO ?

A conversa é a base das nossas relações. Mas em tempos em que a velocidade das coisas nos domina, em que a tecnologia monopoliza nossas formas de comunicação e em que os textos têm pouco mais de 100 caracteres, como fica o bom e velho diálogo?
Oi, tudo bem? Você está muito ocupado agora? Queria ver se tem alguns minutos porque eu gostaria de ter uma conversa com você... Pode ser? Então senta aí, fica confortável. O papo é sério, mas acho que te interessa muito também. Bom, melhor falar logo de uma vez, né?! Sem rodeios, sem firulas... O que eu tenho para dizer – e espero que você não me leve a mal – é que nossa relação está um pouco desgastada. E, quando falo “nossa relação”, não falo só da gente, eu e você, não. Porque, afinal, nem nos conhecemos há tanto tempo assim, né (faz pouco mais de três anos que eu tenho frequentado as páginas da VIDA SIMPLES e cruzado com você em uma ou outra edição). A “nossa relação” que eu digo é a relação interpessoal, os relacionamentos humanos. E esse desgaste tem a ver – e é isso que eu estou tentando dizer desde o começo – com uma crise na nossa comunicação, na nossa dificuldade de dialogar com as pessoas. Pode reparar: vivemos em um mundo em que os povos não se entendem, em que dentro de casa as pessoas perderam a interação, em que colegas de trabalho não conversam sobre as tarefas do escritório e até as relações diplomáticas estão afetadas pela carência de uma melhor comunicação. Enfim, está faltando diálogo!
E, como para nos relacionarmos precisamos conversar com as pessoas e nos fazer entender, essa falta de diálogo está atrapalhando nossos relacionamentos. Afinal, nosso bemestar e nossa felicidade dependem de nós, mas também das pessoas com as quais nos relacionamos e com o mundo em que vivemos. E o diálogo que estabelecemos com esse mundo e com essas pessoas é imprescindível para nossa qualidade de vida. Quando bem-sucedidos, os diálogos nos trazem o entendimento, a compreensão, a troca e a paz de espírito que tanto buscamos. E é sobre essa questão que eu vou falar aqui, na esperança de que isso interesse, entretenha e beneficie você, leitor – que é meu interlocutor nesta conversa que estamos tendo implicitamente, mesmo que você só possa me responder de forma silenciosa. Claro que você não precisa concordar com tudo o que eu disser, mas, só de ouvir o que eu tenho para falar, já tenho certeza de que nossa conversa vai valer a pena.
Sinal de evolução A verdade é que as pessoas têm uma necessidade enorme de se comunicar, de conversar. Falar é uma necessidade orgânica dos seres humanos – das tribos africanas aos palácios ingleses. E essa interação que o diálogo nos propicia é uma característica exclusivamente humana. Outros animais até se comunicam, mas conversar, trocar ideia, isso só nós podemos. Cientistas do comportamento teorizam que passamos 80% das nossas vidas na companhia de outras pessoas e entre seis e 12 horas todos os dias falando com elas. É um tempo considerável, não?
Segundo alguns deles defendem, foi a aquisição da linguagem, aliás, que determinou uma série de avanços para os seres humanos, como a organização da sociedade e o desenvolvimento da nossa capacidade de pensar. “Os homens, unidos com o intuito de se proteger melhor das circunstâncias adversas e resolver suas necessidades, estreitaram seus elos graças à constituição de uma linguagem comum”, diz o psicoterapeuta Flávio Gikovate. Só evoluímos por causa da nossa capacidade de nos comunicarmos – e não o contrário. A linguagem, aliás, antecedeu ao pensamento. Foi o esforço para comunicar palavras que desenvolveu nosso cérebro de tal forma que começamos a pensar. Afinal, precisamos pensar para falar (pelo menos, na maioria das vezes) e nosso empenho para que a outra pessoa nos entenda através de ideias claras também ajuda nosso próprio entendimento. Quando você explica alguma coisa para alguém, você mesmo acaba entendendo melhor o que disse, já que precisa organizar os pensamentos e sentimentos (e não é esse, afinal, o princípio básico da terapia? Dizer a seu terapeuta para dizer a si mesmo?).
Antes mesmo da capacidade de falar, nossos ancestrais já se comunicavam pelos gestos e pelas expressões faciais que faziam parte de seu vocabulário não-verbal. “Ainda hoje o contato físico é a primeira linguagem que aprendemos”, diz Dacher Keltner, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e autor de Born to Be Good: The Science of a Meaningful Life (“Nascido para ser bom: A ciência de uma vida significativa”, sem edição em português). “E ele continua sendo nosso meio mais rico de expressão emocional.” Keltner liderou estudos sobre essa forma de interação pelo tato e descobriu que ela é capaz de comunicar uma gama ainda mais ampla de emoções que os gestos e com mais rapidez e precisão que as palavras.Hoje, vivemos numa sociedade que dá um peso enorme para as palavras. E, numa época em que nos comunicamos quase que exclusivamente através delas (em e-mails, mensagens de texto, redes sociais), não percebemos que elas não conseguem sustentar uma conversa sozinhas. É claro que as palavras são capazes de revoluções, de mudar os rumos do mundo, de escrever histórias, de narrar sentimentos... Mas não bastam para uma conversa franca.
Muito mais que palavras A conversa tal qual a conhecemos, na sua definição, é aquela que acontece quando duas (ou mais) pessoas estão frente a frente e se falando. Isso porque ela envolve a linguagem corporal, os feromônios que invariavelmente emitimos, os gestos, as expressões faciais, o olhar, o toque. Não é apenar abrir a boca e soltar palavras; é muito mais que isso. “A conversa quase sempre contém informações pragmáticas e expressões puras de emoção. É uma arte humana de grande importância produzida pelas pessoas em todos os cantos”, define o jornalista e escritor Daniel Menaker, autor de A Good Talk (“Um bom papo”, sem edição brasileira), livro que esmiúça a história e a importância da conversa nas nossas relações e que acaba de ser lançado nos EUA. Conversar é uma experiência única, que não pode ser reproduzida. “Nenhuma transcrição, gravação em vídeo, nem mesmo uma ressonância magnética do cérebro pode precisar o que acontece na nossa mente durante uma conversa.”
Pensemos em dois exemplos tirados da nossa música popular – duas canções que ajudam a definir momentos históricos a respeito da conversa, “Conversa de Botequim” (1935), de Noel Rosa, e “Sinal Fechado” (1969), de Paulinho da Viola (veja as letras no site: www.revistavidasimples.com.br). A letra de Noel é uma longa conversa do cliente do estabelecimento comercial com o garçom que o está servindo. Embora a voz do garçom não apareça ao longo da canção, é notável como a voz do cliente é articulada, convida ao diálogo, parece fundada em uma vontade de comunicar. Bem diferente da letra de Paulinho da Viola, em que o discurso é fragmentado, estanque, todo entrecortado. Dos anos 30 ao fim dos anos 60 do século passado, não foram poucas as transformações pelas quais passou o hábito de trocar palavras com outros seres humanos, como atestam essas joias do cancioneiro.
Isso porque uma conversa transcende a questão prática e representa uma das formas mais genuínas de relacionamento entre as pessoas. “Por isso, o principal ingrediente de um bom papo é o despropósito, na mais neutra definição da palavra”, escreve Menaker. Despropósito no sentido de não necessitar de razão específica para acontecer. É algo que fazemos sem esperar ganhar nada em troca e, por isso mesmo, uma boa conversa pode ser tão gratificante e interessante. “Qualquer um de nós não consegue recusar um bom papo. Ou, como diria Agatha Christie, ‘uma pessoa não consegue resistir à oportunidade que a conversa dá a ela de se revelar e expressar sua personalidade’.” Pelo menos quando a pessoa que está na nossa frente vale um colóquio.
Fala que eu te escuto Já para a comunicação assertiva, por exemplo, o diálogo acontece quando estão presentes duas habilidades essenciais da conversação: a escuta ativa e a expressão transparente e verdadeira de suas opiniões, sentimentos e vontades. Ou seja, uma comunicação ética entre o emissor e o receptor, pautada por respeito, tolerância e empatia. Empatia, aliás, é palavra-chave de qualquer diálogo onde haja uma relação emocional e afetiva. Porque o diálogo exige um interesse genuíno pelo outro, de querer ouvi-lo, conhecer o que de novo ele pode oferecer e compartilhar coisas que vocês tenham em comum. “A escuta ativa tem um papel fundamental porque ajuda na transformação do mero ouvinte em um parceiro comprometido com um verdadeiro diálogo”, diz a especialista em medicina comportamental Vera Martins, autora do livro Seja Assertivo. Saber ouvir é uma qualidade rara nos dias de hoje – e uma reivindicação de grande parte da ala feminina, conforme eu tenho escutado (com atenção, juro!) por aí. “Quando sou ouvido, torno-me capaz de rever meu mundo e continuar. É incrível como alguns aspectos, que antes pareciam insolúveis, tornam-se passíveis de solução quando alguém nos ouve”, tascou o psicólogo americano Carl R. Rogers, um dos precursores da psicologia humanista.
Mas, como a conversa sempre depende de duas pessoas, se tem algum para ouvir, é porque tem alguém para falar. E talvez seja nessa tarefaque estejamos falhando mais. A comunicação começa quando expressamos nossas opiniões e sentimentos. O problema é que nem sempre fazemos isso da melhor forma. “Uma pessoa que apresenta um comportamento agressivo, por exemplo, tem facilidade de dizer o que pensa e utiliza uma linguagem direta e reta. E jura que está sendo assertiva. Mas eu diria que não”, afirma Vera. Muita gente confunde saber se expressar com dizer o que tem de ser dito com sinceridade, “doa a quem doer”. E aí se instauram os conflitos. Boa parte das vezes por causa de palavras mal colocadas – e mal compreendidas. Um diz uma coisa, outro entende outra. “Uma pessoa assertiva usa uma linguagem positiva, sem ingredientes agressivos. Busca a cooperação do outro para solucionar um conflito entre eles e cuida para não invadir os direitos do outro e para se expressar de forma franca, mas garantindo que o outro vai entender o que ele quer dizer.”
E essa preocupação vale não apenas para o que dizemos, mas também para a forma como dizemos. “Dizer as palavras certas não basta se você não as diz da maneira certa”, diz Daniel Menaker. “As palavras precisam ser proferidas com a entonação correta, com a emoção que queremos passar ao nosso interlocutor.” É comum uma pessoa fazer um elogio ou um comentário positivo e ser interpretada de forma errada, como se tivesse feito uma crítica. A jornalista Vera Longuini sabe bem como é isso. Autêntica, ela costuma ter sempre opiniões sinceras sobre as coisas. Mas é por causa da sua voz grave e de uma maneira “meio italiana de falar”, como ela mesma define, que acaba sendo mal-entendida. “Sei que as pessoas me acham grossa ou indelicada. Tento me policiar para ser menos direta, menos ríspida”, diz.
Vamos conversar! A principal falha na comunicação está em apontar o problema no outros em vez de interpretar o que ele causa em nós. “Porque é mais fácil encontrar no outro o culpado para nossas divergências, projetar em alguém ou terceirizar a responsabilidade de disseminar o diálogo”, diz a consultora de comunicação Renata Di Nizo. Tenho uma pessoa muito querida (que aqui vamos chamar de Luísa) que viu seu relacionamento terminar por falta de conversa. O marido um dia estourou, disse que não estava satisfeito e que, por causa disso, estava saindo de casa. Ela tentou mostrar a importância de eles se entenderem, mas ele estava irredutível. Foi embora no mesmo dia. “O que mais chateou foi ele não querer sequer conversar sobre uma chance para a relação, de não tentar corrigir o que pudesse não estar bem”, diz ela.
O grande segredo para resolver as discórdias é buscar a solução e não o culpado. Você pode compreender a opinião do outro e pensar diferente.
Mas isso significa discordar do pensamento do outro e não da pessoa do outro (e muitas vezes interpretamos a discordância como uma não-aceitação). “A partir do momento em que as pessoas falam o que precisam, em vez de apontarem o que está errado com o outro, o entendimento aumenta”, afirma Renata. “Ao compreender a importância do diálogo, você assume a responsabilidade sobre sua expressão e
sobre seus relacionamentos.”
Novas tecnologias Se, para estabelecer conversas mais significativas, precisamos reaprender a forma como falamos, imagine quando nos deparamos com meios de comunicação que são totalmente novos. Não é de estranhar que estejamos tateando para fazer ajustes na forma como nos comunicamos por meio do e-mail e das redes sociais. John Freeman, o editor da prestigiosa revista literária Granta, acredita que é a velocidade com que estamos nos comunicando que está prejudicando nossas relações. Como as mensagens, os e-mails, os chats estão cada vez mais rápidos, nós nem sequer damos muita atenção ao que escrevemos. Mal começamos a digitar e logo estamos lá, apertando “Enviar”. Por isso, Freeman escreveu um manifesto a favor de uma “slow comunication” no livro The Tyranny of E-mail (“A tirania do e-mail”, sem edição brasileira). Ele questiona que a conversa real perdeu o território para as conversações online. Falamos com 50 amigos por dia online, mas com quantos deles batemos um bom papo? É isto que Freeman defende que está se perdendo: a importância de prestar atenção no que ouvimos ou falamos, de pensar em cada frase que escrevemos.
Mas é preciso entender que os meios de comunicação podem mudar o modo como nos falamos, mas não vamos deixar de falar por causa deles. “A comunicação é algo muito anterior aos meios de comunicação; eles têm de ser vistos como acessórios, não empecilhos”, afirma a cientista social Heloisa Pait, que pesquisa nossa relação com esses meios. Nós vamos aos poucos aprendendo o papel de cada um deles. “Quando o celular entrou em nosso cotidiano, as pessoas interrompiam a conversa para atendê-lo, como se tivessem ouvido um alarme.” Até que esse aprendizado ocorra há, sim, um grande desafio. “Não é fácil mesmo, estamos aprendendo o que tem sentido e o que não tem. E aí, o que conta não é mais a tecnologia; é nosso interesse no outro”, diz. Essa é a lição que deve ficar para pautarmos todas as nossas formas de comunicação – sejam elas reais ou virtuais. Estamos conversados?

www.revistavidasimples.com.br

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PAU QUE NASCE TORTO NAO MORRE TORTO

CRENÇAS....
Ouvimos mais esta ao longo da vida " PAU QUE NASCE TORTO,MORRE TORTO".


POR QUE TEMOS A NECESSIDADE DE CRENÇAS?
ISTO NOS FAVORECE?

Uma pessoa, disse um dia : ATIRE A PRIMEIRA PEDRA QUEM NAO....

Quando estamos muito proximos do objeto, mas bem proximos mesmos, como em geral fazemos com certas crenças, onde elas sâo "NÓS" E "NÓS SOMOS ELAS", nao conseguimos enxergar ,avaliar.

Temos um arsenal de ferramentas que estão à nossa disposição o tempo todo na vida!!
Mas , acabamos usando aquela mesma CHAVE FAZ TUDO, e deixamos a malinha toda fechada,nem sabemos o que tem ali dentro.

Pau que nasce torto,NÃO morre torto .

Se colocarmos esse tronco para aquecer no fogo e em seguida forçarmos da maneira que quisermos, ou para endireitar ou para entortar mais ou dar a forma que queremos nele, e depois lixamos e ele se torna ainda mais firme e forte do que era antes .
Nao se trata de nenhuma novidade, É O VELHO E BOM FOGO !




Sylvia Bulhon

terça-feira, 11 de maio de 2010

COMPARTILHAR

FILOSOFIA ORIENTAL

Não se esqueça, voce deve sempre compartilhar, pois voce está aqui.
O amor sempre compartilha. Em algum lugar alguem lhe espera, vá até lá e nao precisa levar nenhum presente material, leve algo invisivel ( ou mais visivel ), é dificil explicar a coisa invisivel, quem sabe, seja, o seu modo de ser, sua essencia.
Isto é bem visivel , mais ou menos visivel ou invisivel.
Fique aberto com seu parceiro, coma , ria , converse, ele sentirá o seu modo de ser, ainda que demore.Pode ser dificil para nós todos, mas, vamos compartilhar, embora nem sempre possamos ser compreendidos.Isso, porque nao é comum compartilhar, o mundo desconfia ...as pessoas têm medo de se entregar....
Desconfia-se sempre do que nao se conhece, nao podemos catalogar pessoas.
As pessoas gostam de rotular, porque facilita, é só puxar a fixa certa no momento certo.
Mas, felizmente, nao somos um mecanismo a sermos rotulados.
Somos seres humanos, prontos a partilhar, nos envolver.
Quando a flor aparece na árvore, nos indica que em breve dará frutos.
Quando a árvore está pronta e madura, as flores, sao sua beleza e seu êxtase, prestes a dar frutos, a árvore está prestes a se realizar como árvore.
O processo leva um tempo, mas a meta era a realização.
Depois de um longa espera , todo o seu ser floresce. Por onde voce andar, vai compartilhar dessa cor e perfume.
Palavras sao palavras.
Quando se sentir florescer, vai saber se abrir à vida, quando o desejo chegar, desfrute, nao planeje o desejo, pensar no desejo é corrompe-lo.
Nao confundir pensamento com inteligencia, a inteligencia nao precisa do pensamento.
A inteligencia sabe. A inteligencia É.
Planejar é repetir o que fez no passado, e voce puxa as velhas fichas e aplica nos novos acontecimentos, e deixa de vive-los como unicos, hoje, senti-los por inteiro.
Carregar modelos de comportamento, é a forma como inter-agimos, REAGIMOS.
RE- AGIR = VOLTAR A AGIR, REPETIR A FORMA DE AGIR.
A vida é sempre nova.
A vida é como um pássaro no céu,que passa, voa e nao deixa vestigios, o céu está ali vazio ,pronto para outros acontecimentos , como estava antes do pássaro passar...
Seja como um pássaro, mova-se de acordo com sua inteligencia, e com o que o céu lhe propor....em amor , nao se planeja.
Se pensarmos em beijar nosso amor, ao encontrarmos, estariamos planejando e deixaria de ser espontaneo, nao teria a mesma intensidade, estaria sob o CONTROLE.
Se o amor existe, nao precisamos pensar a respeito.O pensamento cria uma ilusao de realidade, a inteligencia É. O amor É.
O que sai do coração É.
Se entregue ao momento, nao controle o momento.
Se sorrir, que seja de dentro, se chorar que seja de dentro, se sentir raiva que seja, e se ama , que seja com todo o seu seu e se nao quer saber de nada, nao queira saber de nada, assim as pessoas saberão que nao podem contar com voce neste momento.
É virtuoso, nao se iludir e nao iludir.Voce digno de confiança. A verdade está em si.A verdade É.
VOCê É REAL? ( verdadeiro com voce mesmo )?
SE VOCE É REAL, VOCE É DIVINO, CARREGA A VERDADE EM SI, ESPALHA PERFUME E COR POR ONDE PASSA, DEIXA RASTRO, OPERA EM SINTONIA COM O UNIVERSO, É PLENAMENTOE FELIZ, DOA E RECEBE, COMPARTILHA, VOCE É O MUNDO E O MUNDO É VOCE !

segunda-feira, 10 de maio de 2010

COMO DESENVOLVER AMIZADES MAIS PROFUNDAS

Para aprofundar amizades e torná-las mais intimas, Alam Loy, psicoterapeuta e co-diretor de um centro de aconselhamento em Glendale, Califórnia, e também autor de THE FRIENDSHIP FACTOR ( O FATOR AMIZADE ), oferece as seguintes diretrizes :

- Toque em seus amigos quando estivrer com eles. As pesoas que mantem um relacioanmento profundo, diz, escutam com os olhos, ficam bem pertinho quando conversam, e fazem contato com o corpo para manter a comunicação num nivel cálido.

- Seja pródigo em elogios. " Um bom elogio sustenta o amigo por pelo menos 2 meses "

- Seja aberto quanto aos seus sentimentos. As pessoas começam a se sentir mais proximas de nós quando sabem algo das nossas necessidasdes. Nos dias em que se sente deprimido e está sofrendo, diga isso a seu amigo. Voce ficará surpreso ao ver como se sente melhor somente pelo fato de compartilhar seus sentimentos.

- Programe momentos para conversa. Para conhecer e amar um amigo durante anos, voce precisa ter papos regulares, com ele, e isso nao deveria ser algo dificil para ambos.Nos programamos para tudo, porque nao para conversar.

- Talvez o mais importante é desenvolver a arte de escutar.Nao apenas ouvir, mas escutar com todo seu ser. Isso inclui a consciencia da linguagem de corpo um do outro, das expressoes faciais e do tom de voz. Alguns estudos mostram que até 90% do que comunicamos é nao verbal.

Mesmo conversar pelo telefone exige a nossa atenção concentrada.É um insulto, conversar com pessoas e fazer outras coisas ao mesmo tempo, desviando a atenção, ou bocejando, ...bons amigos, escutam mesmo quando nao podem ser vistos.

- como nossa mente trabalha 4 vezes mais rápido do que a maioria das pessoas fala, podemos usar este tempo extra para refletir e pensar o que está sendo dito. Escutar nao é uma atitude passiva.

- Escute e faça perguntas começando com : " o que " ou " como ".
- " Como voce se sentiu quando isto aconteceu ?"
- ' o que voce esperava ?"
- " Quais sao agora suas alternativas ?"

- Evite perguntas que comecem com " por que ", visto que elas soam como um julgamento.

METAMORFOSE

por ( Sylvia Bulhon )

Gostariamos de ser seres simples, porém somos compostos.
Os seres compostos, não conseguem ver o todo, de fora para dentro, eles estão dentro e portanto , têm uma visão limitada.E ainda, cada qual, vê segundo o angulo em que está posicionado.
Este local, faz com que vemos as coisas ao nosso redor, e no alcance de nossos olhos e sentidos.Porém, isto não significa, que ao darmos alguns passos para frente ou para o lado, tudo continue no mesmo angulo de visão.
Muitas coisas que estavam atras de outras, podem agora aparecer, nos parecer novas, pois nao tinhamos o conhecimento delas ali. Mas estavam ali.
Ao nos deslocarmos, temos um modo diferente de ver.
Podemos também começar a ouvir, a sentir, tudo depende de como estamos posicionados.
O problema, para nós humanos e compostos, vem quando cremos que um única vista teremos , mesmo se nos deslocarmos, e portanto, nao adiantaria experimentar uma nova atitude, pois , já definimos que para onde formos , a visão ( opinião ) seria a mesma.
Ocorre, que fisicamente, sabemos que isto não seria possivel.
Se estamos dentro de uma caixa ( ou casa ), nao podemos saber o que está ocorrendo lá fora, a nao ser que nos dirigissimos até lá ou que alguém viesse de lá e nos contasse,( a CAVERNA de Sócrates ) o que também, poderia nao ser da mesma forma, do que os próprios olhos verem. A descrição é sentida para cada qual de forma diversa.
Pois bem, porque insistir em manter uma opinião formada sobre tudo !
Vivenciar, sempre, mudar de posição, dentro e fora da caixa, tomar conhecimento do todo e depois sim optar...e mesmo assim, tudo está se alterando ao mesmo tempo como nós, os planetes fazem a rotação em si e a translação , estamos todos em metamorfose o tempo todo, inter- agindo.
O que temos como "opinião" hoje, não valerá para amanhâ...somos compostos.
A rigidez, nos quebra, a malebilidade nos adequa.
Erramos , muitas vezes, pois tomamos rotas que não correspondem ao que imaginávamos, mas temos como pegar o retorno, ou seguir em outras direções, e isto nos faz caminhar e caminhar, descobrir e descobrir, traz mais segurança , ao nos colocarmos diante de lugares e situações antes desconhecidas.
A metamorfose ou transformação, faz parte do nosso desenvolvimento como seres humanos que somos.
" EU PREFIRO SER , ESSA METAMORFOSE AMBULANTE, DO QUE TER AQUELA VELHA OPINIÃO FORMADA SOBRE TUDO " ( RAUL SEIXAS )

sábado, 1 de maio de 2010

A IMPORTANCIA DA AMIZADE

Uma pessoa que é gentil com voce, que se preocupa com voce, e sente o que é importante é um verdadeiro amigo.
A partir dos tres anos de idade, formamos associações intimas fora da familia. A maioria das pessoas tem uns poucos amigos realmente bons, com os quais partilham um nivel profundo de intimidade e envolvimento pessoal.
Nossos melhores amigos tem o poder de ajudar e magoar de modos que só se comparam aos de um companheiro ou amante. De fato, amigos intimos podem servir como o sistema de apoio principal de uma pessoa, na falta de parente proximo ou companheiro.
A pesquisa demonstra que as mulheres, mais do que os homens, tem amigas intimas com quem podem discutir o que está acontecendo e que lhes dao uma força em fases de crise. Os homens, por sua vez, tendem a ter amigos com quem fazem coisas como jogar futebol ou trabalhar num projeto.
Estudos revelaram que o fato de terem bons amigos pode ate ajudar as pessoas a gozarem de boa saude. O departamento de saude mental da California lançou um programa denominado :AMIGOS PODEM SER UM BOM REMÉDIO. Este estudo revelou:
- AS PESSOAS QUE SE ISOLAM CORREM DUAS OU TRES VEZES MAIS O RISCO DE MORTE PREMATURA
- O CANCER TERMINAL ACOMETE MAIS OS SOLITARIOS DO QUE AQUELES QUE TEM BONS AMIGOS
- A HOSPITALIZAÇÃO POR DISTURBIO MENTAL É CINCO A DEZ VEZES MAIOR PARA DIVORCIADOS,SEPARADOS E VIUVOS, DO QUE PARA PESSOAS CASADAS.
- GESTANTES ESTRESSADAS SEM CONVIVIO SOCIAL SOFRERAM TRES VEZES MAIS COMPLICAÇÕES DO QUE GESTANTES EXTRESSADAS QUE TINHAM FORTES RELACIONAMENTOS DE APOIO.

AS CARACTERISTICAS CENTRAIS DA AMIZADE SAO :
PRAZER - A despeito de aborrecimentos de desapontamentos mutuos, na maior parte do tempo os amigos gostam da companhia um do outro.

ACEITAÇÃO - os amigos se aceitam sem tentarem mudar um ao outro

CONFIANÇA - A cola que mantem amigos juntos é a confiança, e implica em un nao magoar o outro.

RESPEITO - Os amigos demonstram consideração para com os direitos e sentimentos um do outro

AJUDA MUTUA - Os amigos estao sempre prontos para ajudar e apoiar um ao outro durante fases e desanimo e necessidade.

CONFIDENCIA - Os amigos compartilham suas experiencias mais intimas e seus sentimentos mais profundos.

COMPREENSAO - Os amigos sentem o que é importante entre si e compreendem porque os amigos fazem o que fazem.

ABERTURA - Cada amigo é livre para PENSAR ALTO, sem necessidade de se esconder atras de um papel superficial.