A PERFEIÇÃO VEM COM A PRÁTICA

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domingo, 28 de março de 2010

A SOPA QUIMICA ( Milton Maciel )






A Sopa Química - Nossa Alimentação Suicida - Parte II



Por Jaime Benedetti

Do livro A Sopa Química - Milton Maciel - IDEL, 2008.

É isso que se pode ver a seguir, onde a Dieta Paleolítica X Dieta Ocidental atual são comparadas, sendo as respectivas participações de macro e micro nutrientes especificadas em termos de percentuais da energia total diária da dieta:

DIETA PALEOLÍTICA X DIETA OCIDENTAL

Proteínas : 30% X 13%

fontes: carnes magras de caça, carne gorda de criação, peipeixe, castanhas, ovos xe, laticínios, grãos, leite, queijos, ovos



Carboidratos : 35% X 52%

fontes: frutas, verduras, cereais, farinhas e derivados, e raízes silvestres açúcares refinados, doces refrigerantes, sorvetes, leite iogurtes, frutas (menos de 4%) índice glicêmico: baixo índice glicêmico: alto teor de micronutrientes: alto teor de micronutrientes: baixo teor de fibras: altíssimo teor de fibras: baixíssimo



Gorduras 35% X 37%

fontes: carne magra, carnes gordas, embutidos, peixe e mariscos, óleos vegetais, gorduras castanhas, ovos vegetais, margarinas, ovos gorduras saturadas:30% gorduras saturadas: 70% mono e poli-insaturadas: 70% mono e poli-insaturadas: 30% ômega 6 / ômega 3 < 4 ômega 6 / ômega 3 > 10

Vitaminas: 3 vezes maior que atual.



Minerais: 5 vezes maior que atual.

Sódio: 8 vezes maior agora.

Fibras: 10 vezes maior que atual.



Dietas Paleolítica e Atual Comparadas



Em primeiro lugar, existe uma gritante diferença entre a participação das proteínas na paleodieta e na dieta ocidental contemporânea. Nesta, percebe-se que a proteína de carnes magras e peixe foi, em grande parte, substituída por carboidratos de cereais, laticínios e açúcares, já que a participação das gorduras é praticamente igual nas duas dietas.



Contudo, não é só a diferença quantitativa que é importante no caso das proteínas. Na verdade, a qualidade dessas proteínas é muito diferente, provocando respostas no organismo humano, que ainda não conseguiu se adaptar às proteínas dos grãos e cereais. Uma claríssima evidência dessa incompatibilidade é mostrada na doença celíaca, doença auto-imune provocada pela reação negativa ao glúten presente nos cereais. Outras moléstias relacionadas ao desequilíbrio entre as proteínas da paleodieta e as da dieta atual são a artrite reumatóide, a esclerose múltipla e o diabetes tipo 1.



No caso dos carboidratos, fração amplamente dominante da dieta atual, o desequilíbrio é igualmente gritante. Nossos antepassados só os obtinham através da ingestão de frutas, folhas, talos e raízes, todas elas silvestres evidentemente. A participação das frutas era muito grande, podendo chegar a 15% da ingesta energética diária. Hoje, ela dificilmente alcança uma média de 4% de participação nesse teor energético diário.



Um dos fatores mais morbidógenos no item carboidratos é a maciça participação dos açúcares refinados, que respondem hoje por até 20% da ingesta energética diária, na forma de açúcar adicionado, de açúcar oculto nos alimentos processados industrialmente, de açúcar presente em doces, bolos, sorvetes e, com grande importância nesse desequilíbrio, em refrigerantes, cujo uso cresce sem parar ano após ano, o que vai merecer de nós uma análise específica. O excesso de carboidratos de má qualidade na dieta atual, que têm alto índice glicêmico e baixíssimo teor de micronutrientes e fibras, concorre para o aparecimento de doenças como intolerância à glicose, diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares, entre outras.



Estabelecer uma comparação entre os teores, em percentagem de energia na dieta diária, dos macronutrientes - que são as proteínas, os carboidratos e as gorduras. Nela fica muito fácil de ver como a fração carboidratos na dieta atual avançou sobre um espaço que era, primitivamente, ocupado pelas proteínas na dieta paleolítica. Mas essa distribuição quantitativa não é a única diferença. Como se pode ver, as diferenças qualitativas são imensas. Há uma enorme disparidade entre os tipos de proteínas, gorduras e carboidratos que proporcionaram o desenvolvimento do corpo humano e seu genoma, ao longo de milhões de anos, e os tipos dos mesmos macronutrientes que aparecem na dieta que temos hoje.



A primeira coisa a observar é que os alimentos abaixo, simplesmente NÃO EXISTIAM durante o paleolítico! Ou seja, nunca fizeram parte da alimentação diária dos nossos ancestrais do gênero Homo. São, por conseguinte, alimentos aos quais nosso genoma não está adaptado.



Laticínios: 10, 6 %



Grãos e derivados: 23, 9 %



Óleos vegetais e derivados: 17, 8 %

Açúcares refinados: 18, 6 %



TOTAL: 70, 9 % da energia diária



E mesmo para os outros 29, 1 %, a dissonância genética é também muito forte, face à terrível diferença qualitativa entre as carnes e ovos e também as frutas, verduras e raízes atuais em relação às congêneres paleolíticas. Um exemplo bem sugestivo é o da carne de aves.



Para os nossos ancestrais, isso queria dizer carne de qualquer ave silvestre que conseguissem caçar, dentre as centenas que estavam ao alcance de suas flechas, pedras ou armadilhas. Viviam livres, exercitavam-se, voavam, eram magras e esbeltas.




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